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segunda-feira, 3 de outubro de 2011

A EFUSÃO DO ESPÍRITO E A ORAÇÃO


O nosso renascimento no Espírito começa no Batismo. Antes dele éramos criaturas de Deus, agora somos filhos de Deus, adotados em Jesus.
Na Crisma ou Confirmação, o Espírito Santo nos revela a adoção e nos impulsiona a viver a vida nova, modelando-a segundo Jesus, nos enriquece com dons espirituais (Carisma), que ELE distribui a todos para a edificação da Igreja de Cristo (1 Cor 14,12).
Na Eucaristia, o Espírito Santo torna Jesus presente e nos faz UM COM ELE.
São os Sacramentos que nos transmitem todo o necessário ao crescimento espiritual; com eles deveríamos ser amadurecidos, crescidos espiritualmente adultos. Mas, a realidade, às vezes isto não acontece e não crescemos. As conseqüências são: ignorância, barreiras, comodismo, medo de nos entregarmos. Por isso, a Efusão do Espírito é necessária, sendo o meio de retomar o crescimento espiritual. Não é um novo Sacramento, mas uma conscientização da sua realidade e da realidade da presença do Espírito em nós e de que Ele quer agir em nós, através de nós. É como despertar a força divina adormecida em nossos corações. É a graça que vem libertar em nós uma “Fonte de água viva” que estava bloqueada e não jorrava.
Observamos que a Efusão do Espírito causa alguma transformação do nosso ser, como:
- Jesus se torna o centro de nossa vida. Passamos a viver “Com, para, por e em Jesus”.
- Aumento do gosto pela oração, pela Sagrada Escritura, pelos Sacramentos, pela Comunhão Fraterna.
- Há uma libertação espiritual, um crescimento dos frutos do Espírito, da consciência e uso de Carismas.
- Passamos e redescobrir e amar mais a Igreja, assim como Maria, Mãe da Igreja.
Algumas condições são necessárias para que a Efusão do Espírito Santo aconteça:
- Pobreza espiritual – é o reconhecimento de nossa total dependência de Deus.
- Coração de criança – devemos depor todo intelectualismo, orgulho espiritual, espírito crítico e ato-suficiência.
- Fé absoluta em Jesus.
- Desejar profundamente.
Para fazer a graça acontecer, devemos pedir, pois Jesus assim ensinou: “Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai celestial dará o Espírito Santo ao que lhe pedir” (Lc 11,13). Devemos pedir em conjunto, apoiando-nos na fé dos irmãos, pois Jesus assim ensinou: “Digo-vos ainda isto: Se dois de vós se unirem sobre a terra para pedir, seja o que for, consegui-lo-ão de Meu Pai que está nos céus.” (Mt 18,19). Devemos pedir com imposição de mãos, que é gesto bíblico (At 9,17), que significa intercessão, que diz: Senhor estou pedindo por meu irmão.
Quando intercedemos, devemos pedir sempre ao Pai que haja a Efusão do Espírito, que a pessoa deseje esta graça e, se for possível, devemos “fazer a graça acontecer”.
Quem deseja a Efusão do Espírito deve: professor a sua fé em Jesus Cristo (Credo); manifestar arrependimento por suas faltas, pedindo perdão para que o pecado não seja a barreira e que impeça a graça de acontecer (Is 59,1-2); pedir ao Pai em nome de Jesus (J0 16,23b-24) e agradecer.
Depois da Efusão do Espírito, o seu coração estará ardendo de amor pelo Senhor e a oração é um impulso do coração, é um olhar lançado ao céu, um grito de reconhecimento e amor no meio da provação ou da alegria. (CIC 2558) “A oração é a elevação da alma a Deus, ou o pedido a Deus dos bens convenientes”. De onde falamos nós ao rezar? (Sl 130,14) de um coração humilde e contrito? A humildade é o fundamento da oração, porque “Não sabemos o que pedir como convém” (Rm 8,26). A humildade é a disposição para receber gratuitamente o Dom da graça (CIC 2559).
“Se conhecesses o dom de Deus”! (Jo 4,10) A maravilha da oração revela-se justamente aí, à beira dos postos poços aonde vamos procurar nossa água; é aí que Cristo vem ao encontro de todo ser humano; é o primeiro a nos procurar e é Ele que pede de beber. Jesus tem sede, Seu pedido vem das profundezas de Deus, que nos deseja” (CIC 2560).
“É o coração que reza. Se ele está longe de Deus, a expressão (oral) da oração é vã. O coração  é o templo onde habita Deus” (1 Cor 3,17); é o nosso centro escondido, inatingível pela razão e por outra pessoa; só o Espírito de Deus pode sondá-lo e conhecê-lo. Ele é o lugar da decisão, no mais profundo das nossas tendências psíquicas. É o lugar da verdade, onde nós escolhemos a vida ou a morte. É o lugar do encontro; é o lugar da Aliança” (CIC 2563).
         “A oração cristã é uma relação de Aliança entre Deus e o homem em Cristo. É ação de Deus e do homem; brota do Espírito e de nós, dirigida ao Pai, em união com a vontade humana do filho de Deus feito homem”, (CIC 2564).
As formas de oração vão se reciclando no Antigo Testamento, mas principalmente, vão ensinando os caminhos para o encontro e diálogo com Deus.
“A oração de Abraão e de Jacó se apresenta como um combate na confiança, na fidelidade de Deus e na certeza da vitória prometida à perseverança”. (CIC 2592)
“A oração de Moisés responde a iniciativa do Deus vivo para a salvação do Seu povo. Prefigura a oração e intercessão do único mediador Jesus Cristo”. (CIC 2593)
“Deus falava com Moisés face a face, como um homem fala com outro” (Ex 33,11). A oração de Moisés é típica da oração contemplativa, graças à qual o servo de Deus é fiel à sua missão (CIC 2576). Nesta intimidade com de Deus fiel, lento para a cólera e cheio de amor (Ex 34,6), Moisés tirou a força e a tenacidade de sua intercessão. Não orar por si, mas pelo povo que Deus adquiriu. Já durante o combate com os amalecitas (Ex 17,8-13), ou para obter à cura de Miriam (Nm 12,13-14), Moisés intercede. Mas é, sobretudo depois da opostasia do povo, que “ele se prostra na brecha” diante de Deus (Sl 106,23), para salvar o povo (Ex 32,1-34.9). os argumentos de sua oração (a intercessão também em combate misterioso) inspirarão a audácia dos grandes orantes do povo judeu e da Igreja: Deus é amor, por isso, é justo e fiel; não se pod contradizer, deve lembrar-se de Suas ações maravilhosas, Sua glória está em jogo, não pode abandonar o povo que traz o Sem Nome” (CIC 2577).
“Davi é por excelência o rei segundo o coração de Deus, pastor que ora por seu povo e em seu nome, aquele cuja submissão à vontade de Deus, cujo louvor e arrependimento serão o modelo da oração do povo. Como ungido de Deus, sua oração é adesão fiel à promessa divina (2 Sm 7,18-29), chei de confiança, cheio de amor e alegria naquele que é o único Rei e Senhor” (CIC 2579).
“Os projetos chamam à conversão do coração e, buscando ardentemente a face de Deus, como Elias, intercedem pelo povo” (CIC 2595). No “face a face” com Deus, os profetas se enchem de luz e força para a sua missão. A sua oração não é uma fuga do mundo infiel, mas um escuta da palavra de Deus, às vezes um debate ou uma queixa, sempre uma intercessão que aguarda e prepara a intervenção do Deus salvador, Senhor da história” CIC 2584).
“No Novo Testamento, o modelo perfeito de oração consiste na oração filial de Jesus. Feita muitas vezes na solidão (Mc 1,35), no segredo (pois na Sua oração leva consigo os homens, assumindo a humanidade e Sua Encarnação, oferece-os ao Pai, oferecendo-se a Si mesmo). A oração de Jesus implica numa adesão amorosa à vontade do Pai até a cruz e uma confiança absoluta de ser  ouvida”. (CIC 2620 e 2602)
“Jesus ora antes dos momentos decisivos de Sua missão: no Batismo (Lc 3,21), na transfiguração (Lc 9,28-38), na Paixão (Lc 22,41-44). Jesus ora também, antes de escolher e chamar os Doze (Lc 6,12) e em outras situações. É uma entrega, humilde e confiante de sua vontade humana à vontade amorosa do Pai” (CIC 2600).
Em algumas orações de Jesus, Ele começa com a ação de graças e bênçãos (Mt 11,25-27; Jo 11,41-42; CIC 2603 e 2606).
Jesus ensina Seus discípulos a orar com um coração purificado, uma fé viva e perseverante, uma audácia filial. Convida-os à vigilância e os incita a apresentar a Deus os pedidos em seu nome. Jesus Cristo atende pessoalmente as orações que Lhe são dirigidas”. (CIC 2621)
“No Sermão da Montanha, Jesus insiste na Conversão do coração a reconciliação com o irmão antes de apresentar uma oferenda no altar (Mt 5,23-24); o amor aos inimigos e a oração pelos perseguidores (Mt 6,7); perdoar do fundo do coração na oração (Mt 6,14-15; CIC 2608).
“Três parábolas principais sobre a oração, nos são transmitidas por São Lucas: 1º) “O amigo importuno” (Lc 11,5-13), convida a uma oração persistente. “Batei e se vos abrirá”. Aquele que ora assim, o Pai do céu dará tudo o que precisa”, sobretudo o Espírito Santo que contém todos dons. 2º “A viúva importuna” (Lc 18,1-8), é preciso orar sempre sem esmorecimento, com a paciência na fé. 3º “O fariseu e o publicano” (Lc 18,9-14), refere-se à humildade de coração que reza “Meu Deus, tem piedade de mim pecador” (CIC 2613).
“Estando num certo lugar, orando, ao terminar, um de Seus discípulos pediu-lhes: “Senhor, ensina-nos a orar, como João ensinou a seus discípulos” (Lc 11,1). É, em resposta a este pedido, que o Senhor confia a Seus discípulos e a Sua Igreja, a Oração cristã fundamental – O Pai Nosso (CIC 2759 a 2865) (Mt 6,9-13).
“Quando chega Sua hora, Jesus ora ao Pai (Jo 17). Sua oração, a mais longa transmitida pelo Evangelho, abarca toda a economia da criação e da Salvação, como Sua morte e Ressurreição. É a oração sacerdotal de Jesus (CIC 2746).

Leia e medita durante semana – Jo 17 e Perceba:

1)Jesus ora em favor de Si mesmo:
- Jesus ora ao Pai;
- Jesus realizou toda a obra do Pai e Sua oração, como Seu sacrifício se estende até à consumação dos tempos;
- Jesus ora par que tenhamos a vida eterna.

2) Jesus ora pelos discípulos:
- Ora para que sejamos “UM” em Deus;
- Ora para que sejamos preservados do mal;
- Ora para que tenhamos plenitude da alegria;
- Ora para que sejamos santificados; (temos feito estes pedidos ao Pai, pelas pessoas pelas quais estamos intercedendo?)

3) Jesus implora pela UNIDADE:
- Ora por aqueles que creram pela palavra dos discípulos. (usamos este pedido de Jesus nas intercessões que fazemos pelas Pregações, Seminários, Experiências de Oração?);
- Ora para que todos sejam um. (Estamos intercedendo segundo esta oração de Jesus ou estamos fomentando divisões?)
- Ora para que estejamos onde Ele está na glória.
- Ora para que o AMOR esteja em nós.

          Meditações para a semana:

         1º dia – Jo 3,3-5
         2º dia – Jo 7,37-39
         3º dia – At 1,4-5.8
         4º dia – Pai nosso, que estais no céu, Santificado seja vosso Nome
         5º dia – Venha a nós o Vosso Reino e seja feita a Vossa vontade assim na terra como no céu.
         6º dia – O pão nosso de cada dia, nos dai hoje.
         7º dia – Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.


         OBSERVAÇÃO: Na semana anterior já oramos sobre o perdão. O Catecismo da Igreja Católica traz precioso ensino sobre o Pai-Nosso (CIC 2759 a 2865).
         Que a próxima semana seja o seu Amém, que significa “Que isto se faça”, será o dia em que tudo que escutamos e aprendemos vai ser executado por nós.

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