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segunda-feira, 15 de agosto de 2011

O PECADO

O que impede que em nosso mundo se manifeste a salvação de Deus, Seu Amor, Seu plano é o pecado. O pecado é a causa de todos os males que afligem a humanidade.

Basicamente, o pecado é a negação da existência de Deus (a impiedade); em outras palavras, na recusa de reconhecer a Deus como Deus; em não tributar-lhe a consideração que lhe é devida. Consiste, poderíamos dizer, em ‘ignorar’ a Deus, onde, porém, ignorara não significa tanto ‘não saber que ELE existe’ quanto ‘agir como se ELE não existisse’. Em Dt 7,9 vemos Moisés gritar ao povo: - ”Reconhece, pois, que o Senhor, teu Deus, é verdadeiramente Deus...”

O pecado consiste em não crer em Deus, não confiar Nele, não querer depender de Sua Vontade. O pecado é tudo que não vem da fé em Deus, que não procede de convicção. (Rm 14,23).

Esta recusa tomou forma na idolatria, que consiste em “trocar a verdade de Deus pela mentira e, adorar e servir a criatura, em vez do Criador” (Rm 1,25). Na idolatria, o homem não “aceita” Deus, mas institui um deus para si; a ele cabe resolver no que concerne a Deus e não vice-versa. Invertem-se os papéis: o homem é que torna-se oleiro de Deus, vaso que ele molda conforme a sua vontade (Rm 9,20)

O homem afasta-se do deus verdadeiro, da fonte de vida, do Criador; exclui Deus de sua vida, confiando mais em si mesmo, em seu “poder” e, por isso torna-se inimigo do próprio Deus e de toda a criação; o homem cheio de orgulho, auto-suficiência, com a ambição de ser igual a Deus, cai no seu próprio caos. Busca soluções para seus problemas, levantando barreiras intransponíveis entre a realidade que o sufoca e as soluções, porque essas estão, todas nas mãos do Senhor, Todo-Poderoso, que quer atingi-lo com sua Misericórdia, fitá-lo com o olhar de Pai. Mas o homem voltou-lhe as costas, não atende a Seu apelo, não aceita o Seu Amor. Assim nos diz a Palavra: “Não, não é a mão do Senhor que é incapaz de salvar, nem o Seu ouvido demasiado surdo para ouvir, “são vossos pecados que colocaram uma barreira entre vós e vosso Deus”. (Is 59)

Quando o homem faz opção contra Deus, vive os frutos desta opção no plano moral, na dissolução geral dos costumes e arrasta a humanidade à ruína, como uma “torrente de perdição”. Od vícios da sociedade pagã são homossexualismo, injustiça, perversidade, avareza, inveja, engano, maledicência, soberba, insolência, rebelião contra os pais, deslealdade. Praticam estas coisas e apludem os que cometem. (Rm 1,26-320)

São Paulo denunciou a “impiedade” na sociedade romana, revelou como, por trás de todo orgulho, da elevação dos discursos sobre o bem e o mal e os ideais éticos, na realidade disfarçam a auto-glorificação e auto-afirmação do homem, isto é, a impiedade e a falsidade.
Cumpre, agora, deixarmos agir a Palavra de Deus e vermos como ela arrancará a máscara do mundo moderno e de nosso próprio rosto, porque Jesus disse: “Quando Ele vier, o Paráclito, o Espírito da Verdade, convencerá o mundo a respeito do pecado.” (Jo 16,8)

Deus já nos disse qual é o problema do mundo e de cada um de nós: “Porque todos pecaram, todos estão privados da manifestação salvífica de Deus (Rm 3,23). Por isso, Pedro pregava exortando “Arrependei-vos, portanto, e convertei-vos, para serem apagados os vossos pecados”. (At 3,19)

O intercessor é aquele que “vê” todo o pecado da sociedade, do povo e “ se coloca na brecha”, diante de Deus, em contínua oração de intercessão, implora ao Senhor perdão, misericórdia e restauração." São orações sempre de confissão e arrependimento; mesmo, pessoalmente, não tendo cometido o pecado, ele toma sobre si e aceita com o povo a responsabilidade e a culpa.
Ex 32,1-14; Dn 9,3-19; Ne 1,5-11; Ed 9,6-15
Na oração de Moisés, ele “lembra” a Deus:
- dos seus amigos: Abraão, Isaac e Jacó;
- das Suas promessas e da Sua Aliança;
- dos Seus atos e fatos para libertar o povo;
- apela pela Sua ternura, compaixão e misericórdia;
- apela pela própria glória do Senhor, protegendo a honra de Seu próprio Nome.

Na oração de Daniel, ele coloca a fidelidade, a justiça e a misericórdia de Deus em contraste com o pecado e a rebeldia do povo de Deus. Ele reconhece a justiça da punição divina, mas pede que Deus desvie a Sua ira, perdoe e restaure a nação judaica.
A oração de Daniel possui ainda outra característica: ele se revestiu de saco, cinza e jejuou. Em outras palavras, suas Orações foram sacerdotais, reforçadas com sacrifícios. Agora podemos visualizar Jesus Cristo, nosso Sumo Sacerdote, que se tornou o Cordeiro Sacrificial. Ele derramou o Seu Sangue para nos redimir e, precioso Sangue (Ap 1,5-6).
O mais importante que JESUS fez por nós foi realizado não por Suas palavras, nem por Seus grandes sinais e maravilhas, mas por Seu Sacrifício no Calvário. O mesmo princípio aplica-se a nós. nós deveríamos oferecer sacrifícios vivos e também tornar-nos-íamos um objeto de sacrifício. A Palavra diz: “Ofereçais vossos corpos como um sacrifício vivo, santo, agradável a Deus”. (Rm 12,1)

As pessoas que oram com o coração contrito, tocado pela santidade de Deus, aceitando a verdade sobre si mesmo e predispondo-se a aceitar a correção dos irmãos, receberão o poder de Deus nas suas súplicas sacerdotais.

Leia durante a semana: Rm 1,18-32

- Cólera de Deus contra os gentios e perceba: o que é impiedade? O que é idolatria?
- Como a recusa de Deus leva à devassidão?
- Como cada um de nós vivemos estes pecados?

Leia também: Dn 9,3-19 (oração de Daniel) e perceba:

- Como ele relaciona os atributos de Deus como fidelidade, justiça e misericórdia com os pecados do povo e a sua rebeldia;
- Como é a sua oração de intercessão.

Meditações para a semana:
1º dia - Rm 3,23
2º dia - I Jo 1,8-22
3º dia - Sl 31,1-5; Sl 50
4º dia - Jo 8,34-36
5º dia - Dn 9,3.15-19
6º dia - Br 1,15-18; 2,12-16
7º dia - Rm 12,1-2

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